Há despedidas que devem ser lembradas, para que o amor que elas encerram não posse ser esquecido.
Luiz Roque Alegria
Há duas pessoas, um homem e uma mulher, que se preparam para apanhar os últimos comboios que partem para os seus destinos.
Porque não quiserem pôr termo aos seus casamentos, preparam-se para dizer o último adeus a um amor escondido e culpado e, no entanto, um amor tão verdadeiro e tão belo.
Os seus breves encontros na cidade, num qualquer dia de semana, numa esquina, rua ou jardim, num café ou quarto, tornaram-se na razão de ser das suas existências.
Uma despedida é um adeus que pode ser para sempre. Nunca mais saberemos se voltamos a encontrar aquela pessoa ou se voltamos àquele lugar.
Anda! Fala-me, à janela da carruagem, as palavras mais bonitas que te lembrares, antes deste comboio partir.
Beija-me pela última vez, com a intensidade do desejo com que me beijaste da primeira vez em que nos encontramos.
Entrega-te, por um segundo, como em todas as vezes em que te entregavas.
Tivemos estações de esperanças e apeadeiros de sonhos.
Tivemos almoços de ternura, passeios por campos e saudades, tardes de amor furtivas e cheias de remorsos e de culpas.
Fomos felizes durante muito tempo, enquanto a suave brisa do vento nos acompanhou no horizonte, que contemplamos juntos à sombra das nossas ilusões.
Agora, deixa-me partir, para não mais voltar!
Depois de me veres partir, parte também tu!
Lembra-te de mim, só até veres o meu comboio, ao longe no horizonte.
Depois, esquece-me!
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“Breve Encontro”
Filme de David Lean, baseado em tantas histórias verdadeiras dessa vida.
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