A jornada de um gênio

Einstein recebeu o prêmio Nobel pelo estudo sobre o Efeito Fotoelétrico.
Uma de suas indagações instigantes era ‘como o universo pareceria se você viajasse em um raio de luz?’

Ismênia Azambuja

Albert Einstein nasceu em Ulm, Alemanha, em 14 de março de 1879. Só começou a falar depois dos três anos de idade e sempre era hesitante ao conversar. Mais tarde, com o avanço das descobertas das doenças mentais, cogitou-se que ele fosse portador da Síndrome de Asperger, uma forma leve de autismo. Na escola, tinha um comportamento curioso, impaciente e desconcentrado.

Adolescente, ganhou do pai uma bússola. O movimento do ponteiro do instrumento deixou-o curiosíssimo. As matérias tradicionais o irritavam. Mas, jovem ainda, dominava o conhecimento da física teórica.

Em 1905, enquanto trabalhava num escritório de patentes (um emprego que lhe dava uma certa folga para pesquisas), Einstein escreveu quatro artigos que mudaram a visão científica do universo:

Efeito Fotoelétrico, onde discorria sobre a luz — ela não era uma onda única que caminhava pelo espaço, mas um conjunto de fótons.

Movimento Browniano.

Teoria da Relatividade Restrita, uma redefinição da relação entre o tempo, o espaço e a luz. De acordo com sua teoria, o tempo pode se expandir e se contrair, dependendo da velocidade da luz. Se um homem pudesse viajar à velocidade de 300 mil km/seg., conseguiria viajar no tempo.

Equivalência de Energia de Massa — qualquer massa possui uma energia e vice-versa. A matéria é energia congelada.

Ele escreveu esses artigos no período de um ano. Recebeu o prêmio Nobel pelo seu estudo sobre o Efeito Fotoelétrico. Uma de suas indagações mais instigantes era “como o universo pareceria se você viajasse em um raio de luz?”

Sua Teoria Geral da Relatividade, que envolve matéria, energia, espaço e tempo, foi comprovada examinando a órbita de Mercúrio durante um eclipse. Ela é levemente “dobrada”, por causa da proximidade com o Sol. Essa conclusão o deixou tão emocionado que ele não conseguiu trabalhar durante dois dias. O espaço e a luz se dobram em volta de um corpo celeste (por exemplo, o planeta Terra). A gravidade é uma força exercida não pelo centro da Terra, mas de cima dela. Entendeu? Eu, não.

Einstein tinha suas excentricidades: não gostava de usar meias, só andava de bicicleta e nunca aprendeu a dirigir. Certa vez visitou o túmulo de Isaac Newton, na Inglaterra, para pedir desculpas por suas teorias terem “atualizado” as dele.

Em 1932 fugiu da Alemanha. Ele era judeu. Foi para os Estados Unidos, onde permaneceu até sua morte, em 1955. Sua foto mostrando a língua, aos 72 anos, viralizou por todo o mundo. Casou-se duas vezes e teve um caso com uma espiã soviética (ele não sabia).

Algumas pessoas disseram, na época da Segunda Guerra Mundial, que ele havia inventado a bomba atômica — o que não é verdade. Apesar dela ter sido construída com base na sua equação e=mc², ele não tinha muito conhecimento de física nuclear. Após saber das bombas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, ele ficou um ano praticamente isolado.

Einstein morreu sem atingir o seu maior objetivo: a Teoria do Campo Unificado. Durante trinta anos ele buscou uma teoria que abrangesse todas as leis da física, mas não teve sucesso. Depois de sua morte, antes do corpo ser cremado, o patologista Thomas Harvey removeu seu cérebro para pesquisas. Será que ele era diferente? Será que tinha algo a mais que o cérebro das pessoas normais? Na época, os estudos sobre o cérebro não estavam tão evoluídos como hoje. Harvey ficou com ele por mais de duas décadas. Hoje está num local secreto nos Estados Unidos.

Estas informações foram obtidas por meio de pesquisas, documentários e muitas conversas com Hélio Azambuja, físico e matemático, grande admirador de Albert Einstein.

Você já olhou para o céu, à noite? Já se deu conta de que está vendo o passado? Se o Sol se apagasse, teríamos ainda oito minutos de luz. O centro da Via Láctea está a 23 mil anos luz de distância. A estrela Centauro, a mais próxima da Terra, está a quatro anos luz, ou seja, a luz que vemos partiu dela há quatro anos. E as mais distantes? Podemos concluir que praticamente toda a luz que vemos das estrelas foi emitida há milhares de anos, quando aqui viviam os primatas. Não é maravilhoso?