Dezembro Laranja: prevenção e detecção do Câncer de Pele

Henrique Guesser Ascenço

Com as férias chegando e muitas famílias se preparando para curtir o verão, é importante discutir os cuidados necessários para que tudo corra bem. O câncer de pele é o tipo de tumor maligno mais frequente no Brasil, correspondendo a cerca de 30% de todos os casos de câncer diagnosticados no país. Embora muitos casos possam ser tratados com sucesso quando detectados precocemente, a prevenção continua sendo a melhor forma de combater a doença. Dezembro Laranja é o mês da campanha nacional de conscientização, que busca alertar sobre a importância da proteção solar e do diagnóstico precoce.

Fatores de Risco e Prevenção

A principal causa do câncer de pele é a exposição excessiva e desprotegida aos raios ultravioleta (UVA e UVB), emitidos pelo sol. Para diminuir os riscos, recomendamos aos nossos pacientes:

Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa.
Aplicar protetor solar com FPS mínimo de 30, reaplicando a cada duas horas ou após se molhar.
Usar acessórios de proteção como chapéus de abas largas, óculos escuros com filtro UV, roupas de manga longa e calças compridas.
Buscar sobra e utilizar barreiras físicas, como guarda-sóis, sempre que possível.

Sinais de Alerta

A detecção precoce é essencial par ao tratamento eficaz do câncer de pele. Manchas que apresentam características anormais devem ser investigadas. A “Regra do ABCDE” é um guia prático para identificar sinais de alerta:

Assimetria: uma metade da lesão é diferente da outra.
Bordas irregulares: o contorno da pinta ou mancha não é uniforme.
Cor: lesões que apresentam variação de tonalidades, como preto, marrom, vermelho e branco.
Diâmetro: pintas ou manchas com mais de 6 mm (aproximadamente meio centímetro).
Evolução: qualquer alteração no tamanho, forma ou cor ao longo do tempo.

Mitos e Verdades

Durante a campanha Dezembro Laranja, é essencial desmistificar informações incorretas sobre o câncer de pele. Confira alguns dos mitos mais comuns e as verdades por trás deles:

MITO: “Protetor solar é suficiente para prevenir o câncer de pele”.

VERDADE: O protetor solar, é uma ferramenta essencial, mas não é o suficiente por si só. Ele deve ser combinado com outras medidas de proteção, como o uso de roupas adequadas, chapéus, óculos de sol e a evitação da exposição ao sol em horários críticos.

MITO: “Quem tem pele negra ou morena não precisa usar protetor solar”.

VERDADE: Embora pessoas de pele mais escura tenham maior proteção natural devido à maior quantidade de melanina, elas não estão imunes ao câncer de pele. A proteção é indispensável para todos os tipos de pele

MITO: “Dias nublados ou com chuva não requerem proteção solar”.

VERDADE: Até 80% dos raios UV ultrapassam as nuvens, tornando a proteção necessário mesmo em dias nublados ou chuvosos.

MITO: “O bronzeado protege a pele contra os danos do sol”.

VERDADE: O bronzeado é, na verdade, um sinal de dano na pele causado pelos raios UV. Ele não previne queimaduras nem protege contra o câncer de pele.

MITO: “Só quem frequenta praias ou piscinas está em risco”.

VERDADE: A exposição ao sol acontece diariamente, em atividades rotineiras, como caminhar pela rua ou dirigir. Por isso, a proteção deve ser constante, mesmo foram de atividades de lazer ao ar livre.

MITO: “Pintas ou manchas que não coçam ou doem não são preocupantes”.

VERDADE: Alterações silenciosas em pintas ou manchas podem ser os primeiros sinais de câncer de pele. Por isso, é fundamental realizar autoexames regulares e procurar um dermatologista ao notar qualquer mudança

Conclusão

Prevenir o câncer de pele é uma questão de hábito e consciência. Incorporar medidas de proteção solar na rotina diária, observar mudanças na pele e procurar um dermatologista ao menor sinal suspeito são ações fundamentais para reduzir os riscos. Neste Dezembro Laranja, a mensagem é clara: cuidar da pele é cuidar da saúde.

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FONTE: ASCENÇO, Henrique Guesser. Dezembro Laranja: prevenção e detecção do Câncer de Pele. Revista Saúde+, Campo Grande (MS), nº 16, ano 09, pp. 30, dezembro/2024. (Distribuição Gratuita)