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Sexto sentido, o do humor

Miguel Ángel Mesa 

“Amor com humor se paga. Amor sem humor se apaga”
(Demetrio González Cordero) 

Os momentos dolorosos e difíceis que vivenciamos não devem nos levar por caminhos de desespero e tribulação. Não há nada pior para um ser humano do que cair nas garras da tristeza existencial. É por isso que devemos lutar contra esse mal, tão disseminado em nossos dias, ainda que a máscara de muitas pessoas seja a do riso superficial, sem transmitir uma alegria verdadeira, profunda, vital. 

Em várias postagens nas redes sociais se compartilha um grafite pintado em um muro: “A coisa mais revolucionária hoje é preservar a alegria“. Acho que isso é totalmente verdade. Manter o ânimo elevado, alegre e contagiantemente bem-humorado é contracultural, subversivo e transformador. É curioso e sugestivo (demonstrando seu caráter e o que ele quer comunicar aos cristãos e ao mundo) que o Papa Francisco tenha intitulado sua primeira exortação apostólica “A Alegria do Evangelho“. 

Peridis, o grande comediante, diz: “Aquele que não sabe rir de si mesmo está perdido“. Assim como José Maria Díez-Alegría (sacerdote e teólogo), que intitulou um de seus últimos livros, que é quase seu testamento espiritual vivo: “Confiar em Deus, rir de si mesmo“. Portanto, deixemos sempre de lado nossos títulos, superioridades e vitimismo e aprendamos a rir de nós mesmos, pois isso é completamente saudável para nossa saúde. 

Talvez você pode me dizer que não é sério escrever sobre espiritualidade e falar sobre senso de humor. E não é. Porque ou vivemos a vida com alegria e bom humor, ou é melhor nos dedicarmos a outra coisa. Porque o contato com Deus e com a vida deve nos encher de entusiasmo, alegria e bom humor. Aqueles que pretender proclamar a um Deus sério, se comunicarão e levarão uma vida triste, e isso é completamente o oposto de proclamar a Boa Nova, a mensagem alegre que recebemos de Jesus, seu Filho amado, e por meio de tantas mulheres e homens cheios de alegria e bom humor ao longo da história. 

Desejando que a sua existência, e a minha, seja cada dia mais preenchida por Deus, pelo Manancial da Vida, pelo entusiasmo, pela solidariedade, pela fé e pela esperança — isto é, que possamos levar uma vida plenamente espiritual e encarnada. Concluo esta página com a Oração para o Bom Humor, atribuída a São Tomás Moro. 

«Concede-me, Senhor, uma boa digestão, 

E também algo para digerir. 

Concede-me a saúde do corpo, 

Com o bom-humor necessário para mantê-la. 

Dá-me, Senhor, uma alma santa que saiba aproveitar 

O que é bom e puro, para que não se assuste 

Diante do pecado, mas que encontre o modo 

De por as coisas de novo em ordem. 

Concede-me uma alma que não conheça o aborrecimento, 

As murmurações, os suspiros e os lamentos 

E que não permitas que sofra excessivamente 

Por esse ser tão dominante que se chama: EU. 

Dá-me, Senhor, o sentido do humor. 

Concede-me a graça de compreender as brincadeiras, 

Para que conheça na vida um pouco da alegria 

E possa comunicá-la aos demais. 

“Felizes aqueles que, apesar de tantos sacrifícios, sofrimentos e decepções, continuam a reacender a cada manhã o perfil da alegria, o senso de humor, a alegria de viver”. 


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